Henrique Bolgue - Da Secretaria de Comunicação da UnB
Um labirinto formado por tapumes móveis marcava a entrada do Instituto Central de Ciências da Universidade de Brasília neste final de semana. Depois da travessia, o visitante se deparava com um coelho vermelho, pessoas correndo, barulhos e músicas desconexas. Para caminhar pelo UDFinho era preciso atravessar um emaranhado de elásticos, que prendiam um homem. Enquanto isso, era possível ouvir histórias de amor nas escadas de um mezanino ou observar uma mulher amarrada e com os olhos vendados de maneira perturbadora.
Esse clima de estranhamento e de muita interação marcou a 11ª edição do projeto Tubo de Ensaios, que aconteceu neste final de semana e deu início à Semana Universitária, que vai até 8 de outubro.
Esse clima de estranhamento e de muita interação marcou a 11ª edição do projeto Tubo de Ensaios, que aconteceu neste final de semana e deu início à Semana Universitária, que vai até 8 de outubro.
Foram quatro horas de apresentações, divididas entre sábado, 1º de outubro, e domingo, dia 2. A temática "Fronteiras" estava presente não só na oca montada no gramado e em outros espaços interativos, mas também nas diversas performances envolvendo projeções e apresentações que desafiavam os limites entre o sublime e o grotesco.
As 43 performances realizadas por mais de 100 artistas eram repetidas a cada cinco ou dez minutos, mas muitos espectadores se perdim no emaranhado de sensações por muito mais tempo que isso.
Henrique Bolgue/UnB Agência
A 10ª edição do Tubo também rompeu as fronteiras entre os estados brasileiros. Este foi o primeiro projeto com performers de outros estados e transmissão pela internet. Em 2012, o evento fará parte do Festival Latino Americano e Africano de Arte e Cultura. "Queremos atrair artistas de diversos lugares do mundo", disse Magno Assis, organizador e chefe do serviço artístico e cultural da Diretoria de Esporte, Arte e Cultura (DEA).
A performer Anand Aditi contou com ajuda de artistas do Rio de Janeiro e da Bahia, e até de países como Estados Unidos, Peru, Holanda e Alemanha, para a sua apresentação "Trust", uma homenagem às ideias do guru da meditação Osho. "É uma performance que explora a fronteira tênue entre o riso, o choro e o silêncio", diz.
Anand é formada em Artes Cênicas pela UnB. Em 2006, mudou para o Rio, mas não deixa de prestigiar o evento. "Acho que devíamos ter mais dias de apresentações para podermos ver tudo com calma", diz.
Alguns dos artistas eram novatos no evento, como a turma Laboratório de Performance e Teatro do Vazio, do curso de Artes Cênicas. Eles apresentaram uma adaptação de Tennessee Williams, repetida quatro vezes sem parar em cada dia de evento. O pequeno palco montado no espaço de entrada dos auditórios 1 e 2 atraiu um bom público para a narrativa. "É uma transgressão cômica; Ao mesmo tempo em que usamos o texto, é uma negação do original", disse Simone Reis, coordenadora do Laboratório.
Herique Bolgue/UnB Agência
PÚBLICO - Cerca de 500 pessoas circularam pelos corredores do ICC nos dois dias. Menor do que o esperado. Luna Macedo, três anos, ficou hipnotizada com a performance "Ta tvan asi", de Eva Maria e Naiara Prado. Ela veio com a mãe, Daniela Macedo, e com o pai ao Tubo, uma das várias famílias que circularam pelo ICC. "É nossa primeira vez e estamos gostando muito dessa mistura maluca", disse Daniela. "É muito boa essa interação com as pessoas".
Gabriela Santos, professora de dança, veio de Recife para o Festival de Brasília acompanhar o marido cineasta, mas aproveitou para checar as performances. "Um evento desse tipo não é muito visto no Brasil", acredita.
Pelo ICC passou também o público assíduo. Guilherme Marques, do 6º semestre de psicologia, assistiu as duas últimas edições do Tubo de Ensaios. "É muito interessante essa transformação do espaço cotidiano, onde temos aulas, para um espaço de exceção e experimentação", comentou.
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